quinta-feira, 22 de julho de 2010

Srtª Mendes.

Você é sempre tão boa, que nem sei como começar a falar de tudo isso. 
Tenho medo que algo fira a sua sensibilidade cor-de-rosa, ou despedace os seus sonhos de Pollyanna. Porque você sempre me diz que há um outro lado que pode ser belo, uma outra visão que vale a pena observar, contra-pontos que merecem algum respeito. E por mais que eu não siga seus conselhos amáveis e dóceis, eu os escuto. Te vejo, e penso comigo: como pode, tanta ingenuidade? Quem colocou todas essas idéias coloridas e desconexas dentro do seu pensamento, e deixou você acreditar que tudo era assim: mil possibilidades, outro lado da moeda, sonhos intrínsecos, sorriso no rosto? Não sei o que dizer, justamente pela sua fala eloqüente, que não cessa nunca
Pelas palavras bonitas que você desemboca, sempre na hora certa. E qualquer coisa que te diga, parecerá meio clichê, meio zombeteiro. Mesmo com uma coleção de saias-cintura alta, e vários pares de sapatos, ouço da tua boca: não é isso que me faz feliz. Ou faria. Queria que a sorte estivesse na casa do amor, e saísse logo do jogo. E não há mais muito o que fazer, a não ser te lançar um olhar de cumplicidade, daqueles do tipo "eu estou aqui" (Sabendo que na verdade, quem estará lá, sempre pros outros, e quase nunca para si, é você).
Fica difícil acreditar que você é a mesma que cumprimenta tímida os vizinhos, e canta alto músicas que tocam a alma. Que faz rir nos momentos em que a gente quer morrer, e chora baixinho e como criança, por pisarem no seu pé (Ou quem sabe, no seu coração). Quando fica quieta, há algo errado. E mesmo não sabendo o que é, compartilhamos de um silêncio cúmplice, embebido em intimidade. Logo depois, estamos comentando sobre como somos azaradas, e planejando o que terá, e o que ficará definitivamente de fora, nos nossos casamentos. Tendo a certeza completa de que, por mais que a gente caía e levante com alguma força ainda maior, veloz, temos ainda bengalas bonitas pra toda essa reabilitação, ou fisioterapia: a amizade uma da outra.
Diferentes ao extremo. Em gostos musicais, ou degustativos. Na dança, na festa, ou na ópera. E tão iguaisNão se esconda em casa, e continue aproveitando toda terça, quinta, ou sábado. Quem sabe, às sextas (nossas sextas). Se sinta linda, porque é isso que você é - ma-ra-vi-lho-sa. E não sou eu quem te digo, o que é melhor (É o menino da festa, o açougueiro da rua, o excecutivo de terno que agora passa, o policial na bicicleta). Se você se sentir deslumbrante, assim será. 
E por fim: não se esconda nunca. Se ache, se encontre. Nas atitudes que a sua intuição e impulsividade fazem ocorrer, ou naquilo que pensa ser o certo, mesmo que certeza nenhuma exista.

Com amor, da sua melhor amiga
Raphaella Castro.

                                                                                                  Calmila

Um comentário:

  1. Eu te amo! ♥
    Mesmo você me fazendo chorar assim.

    Minha melhor amiga, minha irmã, minha alma gêmea.

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