segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Deito na mesma cama que é só minha e tem o melhor cobertor lilás da face classe média da terra, e: não sai nada. Leio um livro. Penso em como foi meu dia. Rabisco uma centena de frases desordenadas, complexas. Tudo vazio. Nadinha. Beliscão já não machuca também. Eu antes rezava, e pedia tanto, agradecia por tudo, conversava com Deus. Hoje nem sei mais o que quero, e fico só naquele clichê ave-maria e pai-nosso, e olhos fechados, morta de sono. Deixando meus santinhos, e minhas crenças, meu duende e o que me fazia acreditar em algum final feliz, para trás, assim como você ficou na parte do caminho que nem ao menos enxergo: distante. Eu precisava de uma fé incalculável para arrastar aquele amor como fazia - pelas ruas, com lágrimas nos olhos - e então me agarrava como podia, no que dava, ia aparecendo. Me julgo forte enquanto escuto uma música que antes me fazia querer morrer, e contrariada, continuo indiferente; impassível. Simplesmente porque não há mais o que sentir, e eu ando congelando no deserto. Pra que eu fique assim, calada e desinteressada, levando a vida com um jeitinho brasileiro que nunca me foi usual. E dar espaço para que as surpresas tornem a aparecer. O que eu mais tinha medo que acontecesse, é que eu me tornasse indiferente e descrente de tudo aquilo que me fazia tentar mais uma vez, e outra mais. Cética, duplamente forte, protegida. 


Começa hoje o novo capítulo de um ciclo que se não for inovador na marra, será por obrigação. Ousado, desconcertante, intenso. Alucinante, desgovernado. De agora em diante, do meu jeito, com a minha digital, por mim assinado. Se perguntarem por onde anda a menina dos sonhos impossíveis, com mil e uma histórias de amor, e um coração que nela não cabe, diz que foi passear - que conhecer novos campos se fez necessário, crucial. 
Caneta, por favor?

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