Namoro de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, brisa ou filosofia. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição. Namorar é fazer pactos com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugida. Namorar é querer dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer compra junto. É falar do próprio amor, ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos seus olhos, abobalhados de alegria. Namorar é ter uma música secreta, dedicar livros, recortar artigos. Descobrir que o amor é alegre e enlouquecer aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
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